quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ampliando a consciência…

Actualmente, na União Europeia, a construção de edifícios consome 40% dos materiais, gera 40% dos resíduos e consome 40% de energia. Estes dados estatísticos falam-nos de um sector com enorme impacto sobre o meio económico, ecológico e social, confirmando em definitivo que se trata de um sector INSUSTENTÁVEL onde é urgente a mudança de comportamentos.
Se algo nos ensina a história da construção é que o ser humano sempre levou muito em conta a envolvente ambiental em que se encontrava e os materiais naturais à sua disposição no local, não utilizando um modelo tipificado de construção.
Com o passar dos tempos, os avanços tecnológicos desviaram as nossas sociedades de tão notável adaptação. Do século XX à actualidade observamos que as características construtivas bem como os materiais utilizados se convertem em algo semelhante em qualquer parte do mundo, independentemente do clima e dos recursos disponíveis localmente. Nas nossas sociedades fortemente industrializadas, reina o mito da ciência e da técnica como garantia de todos os problemas e a total inconsciência na utilização de recursos que se julgam inesgotáveis. Afastámo-nos da benéfica e saudável interacção com a Natureza.
Cabe-nos a todos, que somos uma parte, um fio da trama da vida questionar este tipo de realidade desarmónica e pôr-lhe um ponto final. E passa mesmo por todos nós, incluindo-me e incluindo-te pois a subserviência, a auto-limitação, a inconsciência e a aceitação do modelo de realidade que nos impuseram faz-nos pactuar diariamente com os que criaram tais modelos.
Com esta consciência ampliada só faz sentido que o futuro da construção se imponha sustentável. Adaptando-se respeitosamente à Natureza, às energias do terreno e ao clima, poupando recursos, poupando energia, utilizando energias renováveis, reduzindo ao máximo a pegada ecológica, utilizando o conhecimento e a tecnologia ao nosso dispor de forma inteligente e contando sempre com a saúde, o conforto e a felicidade dos utilizadores.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que a minha amiga propõe é na verdade o regresso ao paraíso.

Agrada-me vê-la tão capaz de sonhar e simultaneamente absolutamente pratica. Mas talvez o futuro só assim seja possivel.

JC